• every journey has its final day. don’t rush.

    um tema recorrente no podcast mental dentro do meu cérebro é a paciência. eu estou sempre pensando que preciso ser mais paciente comigo mesma. segundo o site sinonimos.com.br, paciência pode ter três sentidos, que são: Saber esperar com calma, Resignação para suportar males e, finalmente, Perseverança para não desistir. e essas coisas são todos sentidos diferentes? para mim, os três são muito semelhantes. calma, tolerância, tenacidade. e sempre fico pensando que eu devia mesmo apenas suportar. aguentar essa parte ruim… calma, bons momentos virão.

    osmanthus wine tastes the same as i remember…

    de todo modo, eu estava apenas estressada com a existência nesse plano, jogando genshin impact e tentando esquecer das questões extra-jogo, quando um personagem que viveu por milênios falou a frase que dá o título a esse post. toda jornada chega ao fim um dia, não se apresse. o zhongli é um cara muito interessante, afinal, vivenciou todo tipo de acontecimento, como é esperado dos deuses e daqueles que vivem por mais de 5 mil anos. na sua mais infame fala no jogo, que ele repete a exaustão, ouvimos que o vinho de osmanthus que ele bebia há milênios ainda tem o mesmo sabor… mas onde estão aqueles que dividiam essa memória com ele? o zhongli viveu demais, a experiência real daquela situação que sempre passa pela cabeça quando se trata de imortalidade, afinal, todos aqueles que eram importantes pra ele morreram.

    but where are those who share the memory?

    mas enfim, divaguei.

    essa frase do título faz refletir principalmente porque é falada por um personagem cuja história no jogo gira ao redor do fato de que ele sempre foi o deus de liyue, mantendo a cidade próspera e resolvendo seus problemas. mas até essa jornada, que durou milhares de anos, chegou ao fim. fica claro que, entre outros motivos, o zhongli cansou de ser um deus, cansou desse trabalho e da responsabilidade de cuidar de liyue. evidentemente ele teve calma para tomar essa decisão, já que não se apressou nadinha. depois de milênios vivendo em função desse lugar, ele agora vive como um homem comum, que trabalha numa funerária, sabe de tudo um pouco (ou talvez mais que um pouco), e não sabe mexer com dinheiro.

    então eu estava jogando, ele falou essa frase, e de repente eu prestei atenção pela primeira vez. é verdade mesmo, zhongli. todas as jornadas irão chegar ao fim. não preciso me estressar com isso. foi como um estalo, ou talvez tenha relação com a conversa que tive com o meu psicólogo no mesmo dia. o que importa é que ficou claro pra mim, mais uma vez, que eu devo ter paciência. primeiro, um pouco de calma para poder esperar por momentos melhores na minha vida profissional. um pouco de resignação para aguentar os males inevitáveis que irei encontrar trabalhando onde trabalho. e principalmente, um pouco de perseverança para não desistir e ter tenacidade nos momentos em que sinto vontade de me esconder no banheiro e chorar até morrer.

    o zhongli viveu por muito tempo sendo um deus, e hoje é um cara comum. eu posso viver alguns anos, talvez alguns meses, sendo uma vilã. em algum momento irei encontrar minha funerária. (literalmente.) o que importa é que a gente tem que viver os nossos momentos sem apressar as coisas. a vida está aqui pra ser vivida, e ela é o que ela é. hoje as coisas foram como foram, e amanhã o dia vai ser novamente um dia de trabalho. e não faz sentido querer que esse tempo passe mais rápido, afinal, todo tempo é tempo. todas essas experiências horríveis que estou vivendo em breve serão apenas lembranças.

    o que faz falta para mim é que eu não consigo ficar muito bem enquanto passo por experiências ruins simplesmente porque acho difícil tirar da minha cabeça que esses momentos existem. imagina, ser domingo a noite e você não estar pensando que amanhã começa uma nova semana, não com novos desafios, mas com os mesmos desafios que você não gosta de fazer? ai ai.

    dia desses meu amado quis por que quis assistir a uma série da apple tv que se chama ruptura. segundo ele, a série aborda uma empresa que pratica um procedimento com seus funcionários que separa totalmente a vida pessoal da vida profissional deles. quando vivendo no dia a dia, não se lembram de nada que aconteceu no trabalho. e quando chegam no trabalho, também não se lembram de nada da vida pessoal. eu, particularmente, achei o primeiro episódio muito chato. mas ficou essa reflexão: vocês aceitariam essa separação total e completa?

    logo nesse primeiro episódio já apareceram alguns desafios causados por essa ruptura, como o fato de que você poderia simplesmente atropelar uma colega de trabalho sem nem saber que vocês são colegas de trabalho. (por que isso seria um problema? não sei.) mas também o fato de que você perderia uma das fontes essenciais de socialização, afinal, depois da escola, onde mais você conhece pessoas, se não no trabalho? (não que eu tenha atingido níveis de intimidade com meus colegas de trabalho.) além disso, fiquei refletindo sobre as coisas que aprendemos dentro do ambiente de trabalho. se não nos lembrarmos de nada que acontece lá, não podemos aprender com esses acontecimentos para além da vida profissional. estaríamos privando a nossa existência de pelo menos um terço (considerando que trabalhamos por 8 horas) de suas ações.

    dito tudo isso eu adoraria não me lembrar de que preciso trabalhar amanhã.

    eu depois do trabalho todo dia. exceto que geralmente estou chorando.

    um anime que eu acidentalmente esbarrei ao entrar no aleatório do crunchyroll se chama wakakozake e é sobre a vida da wakako, uma salarywoman japonesa que trabalha em um escritório e após um dia de labuta sai pelas ruas do japão em busca de uma boa comida acompanhada de uma boa bebida. ao longo dos episódios curtinhos de 2 minutos somos introduzidas a grandes clássicos da culinária de bar japonesa. além do anime, também existe um dorama, com episódios mais longos que mostram melhor não só as comidas e bebidas mas também o drama da wakako no trabalho, suas questões com seu chefe, amigos e comida.

    enfim. eu acho relaxante e recomendo pra quem gosta de comida e não gosta de trabalhar.

    imagens reais da amiga de vocês todo dia depois do trabalho
  • inércia e suas implicações no meu desconforto.

    disclaimer: as definições de inércia aqui mencionadas foram tiradas do meu cu senso comum de quem estudou física bem básica no ensino médio e só.

    eu não entendo muito de física, mas eu entendo de inércia. sei bem como é não sair do lugar. ou melhor, não sair do não-lugar em que você está.

    a inércia é aquela propriedade que diz que um corpo tende a ficar como está, dado que as forças que agem contra ele sejam constantes. ou seja, o corpo fica parado até que algo aconteça para que ela se mova. e então ele vai se mover até uma força agir de forma contrária. é mesmo, quando a gente para, é difícil recomeçar.

    é física, mas se aplica a tanta coisa… há alguns meses eu estava em movimento: todos os dias estava na academia. eu não queria parar, mas as forças agiram contra a minha convicção e eu parei. agora, só alguma força sobrenatural para me fazer voltar, nessas novas condições que se apresentam pra mim.

    é engraçado, eu acho. quando estamos agindo na vida, nem sempre parece óbvio que estamos agindo de forma inercial. a zona de conforto pode ser muito desconfortável, mas rotinas são difíceis de serem quebradas.

    o que eu queria dizer com isso…

    não sei mais.

    muitas vezes eu ouvia right where you left me, da taylor swift, e me identificava com a sensação que ela descreve quando diz que ainda está esperando no canto do restaurante. as coisas acontecem ao redor dela: os amigos terminam relacionamentos, se casam, estranhos nascem e morrem. mas ela continua do mesmo jeito. as pernas estão cruzadas e a luz diáfana acaba enfatizando a tristeza daquela mulher sem perspectivas de um futuro, presa no passado. muitas vezes eu me senti nesse restaurante também, apenas vendo as outras pessoas seguindo em frente enquanto eu ficava pra trás.

    mas isso só acontece até o momento em que é inevitável seguir em frente. a própria taylor esfrega isso na nossa cara quando ela coloca it’s time to go logo depois de right where you left me. as vezes precisamos desistir do passado, desapegar de algumas ideias, talvez até… fugir. e finalmente ficar livre dessa zona de conforto desconfortável.

    a questão é que é tão difícil fazer as coisas de forma diferente. afinal, é como diz a phoebe bridgers: i have emotional motion sickness. engraçado como fui ler o que genius dizia sobre essa letra e eu sempre interpretei tão diferente, de tal forma que agora percebi que sim, o jeito que eu lia isso estava totalmente desconexo do resto da música. contudo, por vezes eu penso que frases avulsas em músicas podem ter significados que perpassam os limites estabecidos pela temática da canção. não é só por que a música trata de um relacionamento específico que eu não posso me identificar com a frase que pra mim significa que certas emoções me provocam náuseas e angústia.

    por vezes sinto vontade de simplesmente parar com tudo e falar chega. estou enjoada. chega. isso não é pra mim. eu não quero continuar fazendo as coisas diferentes. quero voltar como era antes.

    mas aí eu tenho duas opções: sair do movimento ascendente que estou fazendo. e é como eu disse, o corpo que começa a se mexer vai ter dificuldade pra parar. sim, eu sou o corpo e estou desesperada por estar começando diversas coisas diferentes que nunca fiz antes ao mesmo tempo. dá uma leve vontade de sair correndo e gritando. mas sabe, eu ainda sou e almejo ser uma mulher adulta funcional. mesmo que seja difícil.

    mas maybe I’m just stoned at the nail salon.

    esse é o momento em que a gata (eu) começa a falar de animes. só que pra isso eu teria que ver algum anime. e quem me conhece sabe que eu só jogo genshin impact e leio fanfic, então não dá. e o pior é que só tenho lido fanfic sem vergonha então nem tenho como falar delas… (quer dizer. eu poderia. mas não sei, não me parece que cairia bem aqui.)

    tá tudo tão diferente pra mim agora. que eu nem sei mais o que dizer.

    kkkkk!

    fiquei um tempinho marinando essa postagem porque me parecia que ela estava muito incompleta. mas acho que agora vai.

    todas essas sensações que eu descrevo nesse post na verdade tem muito em comum com sentimentos que são escritos aqui desde o princípio das minhas ideias, e tudo acaba interligado com essa antecipação que eu sinto sobre quase tudo. é um sentimento meio desagradável: como se eu esperasse que todos os resultados possíveis fossem negativos. eu não penso em todos os cenários, mas penso em diversos, e todos são ruins. (geralmente.) talvez seja por isso que sou uma grande fã de romances com finais felizes, leitora de fluff e soulmate au. eu até leio angst, mas assim… algo que vai me fazer sofrer? por que engajar nesse tipo de atividade?e é pensando nisso, e também por que gosto de consumir conteúdos que sei que serão finalizados (a garota tem traumas que precedem essa geração das redes sociais ok.), que é raro que eu comece a ler fanfics e manhwas e webtoons que não tenham final ainda. mas eu estava lá na internet, e acabou que fui fisgada por alguns quadrinhos que não terminaram, e é sobre isso que vocês irão ler agora!

    e pensar que eu só tive essa ideia graças ao tiktok que me deu um spoiler e que tinha milhões de comentários falando “nossa, esse é o melhor spoiler que eu já peguei!”. imagina, que delícia? pegar um spoiler que te deixa feliz. você estava esperando por esse momento, prestes a perder as esperanças de que um dia esse casal ficasse junto… as vezes os manhwas demoram muito… e finalmente… finalmente esses dois vão se beijar…

    foi uma sensação que com certeza os leitores de This Emperor’s Gotta Charm The Male Lead To Survive sentiram quando chegaram no capítulo que eu acabei de chegar. após 64 capítulos… finalmente… mas antes, vamos pra história. esse aqui é um isekai como qualquer outro: o personagem principal se chama Yuan Xiao, e ele é um CEO rico e que acaba morrendo de câncer e acordando na pele do imperador do livro que ele estava lendo. esse imperador é um vilão que estava prestes a ser assassinado pelo protagonista do livro, Heqing. desesperado para mudar essa história, Yuan Xiao passa a tratar o Heqing como gente, e eles acabam se apaixonando. um amor impossível, afinal, Yuan Xiao era o imperador do norte que tinha acabado de destruir o norte e matar a família do Heqing, que seria o imperador do sul (posso ter confundido sul e norte. esse é meu jeitinho).

    enfim! estamos há muitos capítulos aguentando o Yuan Xiao fugir do Heqing, já que não entende que o protagonista se apaixonou pelo vilão. eu estou ainda no capítulo 64, são mais de 100 e a história ainda não chegou ao fim… será que sobreviverei? vamos descobrir!

    a próxima webtoon que estou lendo e ainda não tem fim é Empress Cecia Wears Knickerbockers. essa webtoon também é um isekai, mas dessa vez é coreano. temos a protagonista Yuri, que era uma designer de roupas nos tempos atuais, recebendo um salário mixuruca, que morre e acaba acordando em uma realidade em um país da renascença cuja imperatriz é a Cecia, que comandou seu irmão/cavaleiro Lionheart a encontrar roupas confortáveis para ela usar. nossa protagonista então faz uso de seus conhecimentos com fabricação de roupas do século XXI para provocar grandes mudanças nas vestimentas da época e acaba movimentando os tecidos da realeza. quando eu parei de ler (não tenho muito saco pra acompanhar semanalmente, então deixo acumular um pouco), simplesmente todos estavam apaixonados pela yuri. que, aliás, se veste de homem pra ser mais levada a sério. mas é muito old que ela e o cavaleiro lionheart se amam mais. sem contar que é um pouco gostoso ler esse tipo de história em que o homem questiona sua heterossexualidade ao se apaixonar por um colega homem… uma vibe meio mulan, sabe? recomendo! mas preciso dizer que não gosto muito das cores dessa webtoon. sei lá, o olho do cavaleiro não combina com a cor do cabelo dele. isso me parece errado.

    putz estou apaixonado.

    e continuando falando sobre webtoons coreanas, temos aquela que eu mais odeio. eu acho. Dangerous Convenience Store é uma história sobre um universitário que precisa muito de dinheiro pra se bancar e cuidar do irmão que sofreu um acidente de carro, por isso ele aceita trabalhar em uma loja de conveniência com um público consumidor mais… agressivo. gangsters, eles são gangsters. e é claro que ele acaba fazendo amizade com um dos gangsters que trata ele bem e bate nos que são muito escrotos. a princípio não tem relação alguma: o Eui Joon está apaixonado por um colega de faculdade que é idiota, e o Geon Woo é hetero… mas nada que não se resolva facilmente, não é mesmo? ao contrário das histórias anteriores, essa é bastante +18. mas era muito boa… muito boa mesmo… ver o gangster se apaixonar por outro homem e mudar de pensamentos… era ótimo. mas aí os últimos capítulos da segunda temporada chegaram e simplesmente tudo de ruim aconteceu. e aí eu perdi totalmente todos os sentimentos bons que eu tinha.

    ain

    tudo bem, o Ahjussi é uma pessoa boa envolvida em coisas erradas. mas ficamos torcendo pelo amor deles por dezenas de capítulos, apenas esperando que o Eui Joon aceitasse o amor do Geon Woo como o que ele era. a gente mesmo não sabe quais coisas ruins ele fez: não só a autora nunca nos contou, como também o Geon Woo, o famoso Ahjussi, também nunca se comunicou apropriadamente com o Eui Joon quando o tema era seu passado ou sua vida em geral. e aí ter esse final deixa um gosto muito agridoce na boca, porque parece que ela esperou apenas o Eui Joon se mostrar vulnerável pra esfaquear ele nas costas. provavelmente foi isso mesmo, já que faz todo o sentido na história. mas é deprimente ver como o Eui Joon é obrigado a encarar a vida sem o Geon Woo justo depois de aceitar que estava apaixonado. enfim, eu fiquei bem decepcionada com o final dessa temporada. mas vem aí a terceira, que é quando tudo ficará bem. (eu acho!)

    outra webtoon que eu também estou lendo e que com certeza vai agradar a um público mais amplo dentro desse mesmo blog é a maravilhosa Purple Hyacinth. ao contrário das outras, seu foco não é o romance, e sim um mistério delicioso (mas preciso admitir que tem sim um romancezinho haters to lovers friends to lovers tem tudo. supostamente.)

    me bateu muita preguiça de escrever agora. vou deixar o mistério no ar. mas vocês deveriam ler purple hyacinth! é muito gostosa, tem efeitos de som e áudio, traço bonito e história apaixonante. sem contar que qualquer um pode ler de graça pelo site webtoon. (ao contrário de todas as outras que é só por meio de pirataria ou pagamento em dólar. quer dizer, dangerous etc é só pirataria mesmo afinal nem existe em inglês ainda)